quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Governo deixa pagamento de usinas para depois

As usinas de lacticínios que fornecem leite pasteurizado para o Programa do Leite no Rio Grande do Norte ficaram de fora do pagamento previsto para hoje.   Através de sua assessoria de imprensa, o governo chegou a anunciar que pagaria cerca de R$ 4,85 milhões aos 2,4 mil produtores potiguares que fornecem leite de gado e de cabra ao programa, mas não deixou claro se incluiria as usinas neste pagamento. Juntas, as 23 usinas devem receber cerca de R$ 3,25 milhões pelas quinzenas atrasadas. Segundo Ronaldo Cruz, diretor da Emater, órgão responsável pelo pagamento, o governo ainda não sabe quando pagará as usinas. "A dívida está sendo analisada por uma comissão especial criada pelo governo. Quando chegar o recurso, repassaremos o mais rápido possível", afirmou. A dívida, que somava mais de R$ 10 milhões, foi deixada pela gestão anterior.
rodrigo senaBelarmino Macedo confirma que dívida das usinas não está incluída no cronograma do governoBelarmino Macedo confirma que dívida das usinas não está incluída no cronograma do governo

 A gestão atual chegou a quitar uma parte do débito, no início do ano. No entanto, ainda restam pagar cerca de R$ 8,1 milhões. Deste total, o governo deverá quitar R$ 4,85 milhões hoje, "ou, no mais tardar na sexta-feira-feira", como explica Ronaldo Cruz, da Emater.  Ele admite que pagar só uma parte da dívida não resolve o problema enfrentado pelo setor. "Acreditamos, porém, que os produtores estão numa situação mais crítica que os donos de usinas. Por isso, optamos por começar o pagamento por eles e não pelas usinas".

A informação, segundo a qual o governo não havia incluído as 23 usinas no pagamento, foi repassada por Francisco Belarmino de Macedo, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RN (Sindleite), e confirmada por Lirani Dantas, presidente do Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados (Sinproleite), ainda na segunda-feira. Nenhum dos dois havia sido informado do pagamento.

Para Lirani, pagar apenas os produtores não resolve todo o problema. Isso porque o atraso no repasse atinge toda a cadeia produtiva e não só os produtores, representados pelo Sinproleite. Francisco Belarmino, vice-presidente do Sindleite, que representa a indústria, preferiu não comentar a decisão do governo, em adiar, mais uma vez o pagamento às usinas. Até então, o Sindicato acreditava que o pagamento dos produtores e usinas seria feito de forma conjunta.

O atraso no pagamento do Programa do Leite é apontado como principal razão para a desaceleração do setor. O RN produzia cerca de 600 mil litros de leite diariamente. Com o atraso, o volume caiu para 450 mil. Atrasando o pagamento, o governo do Estado,  principal comprador de leite, ainda na gestão anterior, provocou um efeito dominó, atingindo toda a cadeia produtiva. Para não perder o leite, produtores estão procurando queijeiras e vendendo leite in natura porta a porta com o preço abaixo do praticado pelo mercado. As usinas também têm sido afetadas. Três das 26 que entraram no consórcio para fornecer leite para o governo fecharam as portas. Além do atraso no repasse, produtores e usinas têm de lidar com a defasagem no preço do leite.

Valores

Segundo Ronaldo Cruz, da Emater, a dívida do Programa do Leite soma R$ 8,01 milhões. Do total, R$ 4,57 milhões deve ser pago aos produtores de leite de gado (o valor será dividido em três parcelas iguais de R$ 1.524.720,81) e R$ 277.132,70 aos produtores de leite de cabra. O governo ainda não sabe quando pagará os R$3,25 milhões restantes às usinas.

Fonte Tribuna do Norte

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