Nos últimos tempos temos sido bombardeados por notícias ruins a respeito do mundo da Educação em nosso país. Virou moda falar mal dos professores/educadores, pelo baixo nível de aprendizagem dos alunos. Penso que muita gente está apenas atirando somente para um lado e por achar eco, fica mais cômodo atirar para o lado do mais fraco.
O Brasil e o resto do mundo está sem dúvida nenhuma, passando por uma fase tumultuada e repleta de incidentes desagradáveis no âmbito escolar. Mas, daí a achar que toda a culpa está no corpo docente das escolas, vai a uma distância muito grande. Não vale apena ficar atirando no professor; quando sabemos que o problema vem principalmente de lá cima. Deste bando de “nerds” que fazem coisas muito bem pensadas, provocando o caos na educação nos Estados e Municípios. A educação é exageradamente, citada como prioridade nos palanques políticos e o que percebemos é que se trata de um grande golpe, para envolver os menos avisados nas suas campanhas para elegê-los (as) e o que assistimos após as eleições com raríssimas exceções? Que tudo não passou de uma grande manipulação para chegarem ao poder. Não passam de grandíssimos mentirosos e calculistas. Culpar os trabalhadores em educação pelo caos na educação do Rio Grande do Norte é simplificar demais, não é?
Senão vejamos: Li num jornal de grande circulação do RN, que o governo estadual, estuda forma para erradicar a ”cultura da greve”. Como se a educação fizesse greve, por ter virado uma cultura e não pelos péssimos salários, pelas péssimas condições de trabalho, enfim, pelo descaso dos governos que não fazem nenhum esforço, para negociar sem greve e até parece que apostam nela! É tão descabido, que durante todo o processo de negociação e mesmo durante a greve, a senhora governadora Rosalba Ciarlini, não se dignou de receber a categoria, por uma vez que fosse! Por que cargas d’água terá sido? Será que os compromissos da governadora, eram mais importantes do que sentar e negociar com uma categoria, que só se reconhece a falta que seu trabalho faz, durante uma greve? Sabemos exatamente por que estas coisas acontecem! Não tem nenhum (a) filho (a) destes governantes em escolas públicas. Foi exatamente por entendermos que os únicos prejudicados caso a greve persistisse; seriam os filhos (as) dos trabalhadores; que foram mais uma vez enganados, pelo uso da imprensa com propagandas enganosas, pagas com o nosso dinheiro de contribuintes, pois pagamos os nossos impostos em dia e muitas vezes também retidos na fonte; que decidimos suspender a greve considerada abusiva por desembargadores que não sabem ou fingem não saber; o que é trabalhar dois ou até três turnos diários, para sobreviver com o salário de miséria, que nos é pago, sempre sobrando dias e faltando dinheiro no final de cada mês.
Li outro dia alguém, dizer que tecnologia sempre foi à razão do progresso e que a humanidade deu grandes saltos, apenas quando tivemos avanços tecnológicos significativos. É assim mesmo que funcionam as escolas públicas? Com salas de informática e multimídias funcionando adequadamente de forma satisfatória? Dizia mais: pensar que devemos deixar a evolução de lado, investir menos, ou investir em outras coisas é uma grande bobagem! Até concordo. Desde que tenham profissionais trabalhando satisfeito, com condições dignas de trabalho. Para mim, não bastam máquinas a disposição do alunado, é preciso de profissionais qualificados, satisfeitos, comprometidos e dedicados. Como dedicados, se não são lhe dada às condições adequadas para tal?
Tenho convicção que somente, através da educação, seremos um país onde a tecnologia e o progresso terá espaço. Naturalmente, é preciso que sejamos utilizadores da tecnologia com bastante criatividade e os governantes, comprometidos com uma educação de qualidade. Daí, poderemos ter os resultados almejados por todos que fazem a Educação do Rio Grande do Norte.
Algumas vezes me pego a pensar; com a postura de Governo em não receber as categorias do Estado em greve, alguém que traz para o seu Estado os jogos da Copa do mundo, deixando tantas necessidades básicas a desejar e promovendo a derrubando de um patrimônio com o porte do Estádio Machadão, é do bem ou do mal?
Não há bem ou mal! Há, sim, uma necessidade de “se promover”, sem observar o que temos senão o mais belo; um dos mais bonitos estádios; que apenas precisava de uma boa reforma e que não deixaria nada a desejar, dentre os demais deste país afora. Permeando toda essa discussão, tenho defendido uma causa que, a meu ver, pode nos ajudar imensamente como cidadã (o) do RN. Se formos capazes de aliar um forte e viçoso espírito socializador, encaminhar talvez um tanto tardiamente, uma pesquisa de opinião pública, para que pudéssemos opinar sobre a derrubada do Estádio Machadão, tenho certeza que a maioria da população Norteriograndense, não concordaria com esta insanidade. Ninguém merece ter um Estado tão pobre, se dando ao luxo de tamanho desperdício.
Afinal, temos mulheres bonitas, samba, verão o ano todo, futebol e somos bastante criativos! Mas, a gente não quer só comida, a gente quer saída, diversão, arte e respeito, também.
Tenho comigo a convicção que fizemos a nossa parte; fomos até onde o bom senso nos permitiu. Não sou dos (as) que pensam que fomos derrotados (as). É bem verdade que não conseguimos tudo o que reivindicamos; mas, fomos fortes, somos lutadores incansáveis e jamais fugiremos a LUTA. A palavra de ordem é lutar de todas as formas lícitas! Assim, atingiremos o nosso ideal, sabendo até onde vai o nosso limite. Mais uma vez acertamos. A LUTA CONTINUA.
Autor(a): Vera Lúcia Messias - Diretora de Assuntos Jurídicos do Sinte-RN
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