terça-feira, 26 de julho de 2011

Faltam professores de várias disciplinas nas escolas da rede estadual em Mossoró

Enquanto aulas não são preechidas, estudantes aguardam desocupados por aulasMais da metade do ano de 2011, e ainda faltam professores na rede estadual de ensino, em Mossoró. Esse ano ficará marcado na história da educação. As aulas na rede estadual começaram em março, dois meses após o início das aulas, os professores deflagraram uma greve que durou mais de dois meses, e quando os alunos retornaram as aulas, se depararam com um problema antigo: a falta de professores em algumas disciplinas.

Na Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, a situação é caótica. Faltam professores de Química, Biologia e Espanhol. E o pior de tudo, é que as aulas profissionalizantes, os chamados cursos diferenciados, praticamente não aconteceram, justamente por falta de professores.

Enquanto as aulas não são preenchidas, os estudantes são liberados mais cedo ou aguardam a próxima aula no pátio do colégio. " Não temos como prender o aluno sem ter o que fazer, se não tem professor não tem aula, e não é nossa culpa", disse o diretor do Abel Coelho, Francisco José Alencar.

A aluna Clara Joriana, 14 anos, está no primeiro ano do ensino médio e neste ano ainda não teve aula de química. "No horário de química, minha turma (com quase 30 alunos) vai para casa. Minha mãe reclama que eu chego mais cedo, mas não temos o que fazer", explica a estudante, que na maioria das vezes, chega em casa mais cedo que o horário oficial de término das aulas.

A mãe de Eduardo Laureano, Candice Xavier Arruda, 38, destaca que a situação "é uma falta de respeito com aluno. Eles acordam cedo, vão para a escola e ficam sem aula. Isso quando não ficam na rua com os colegas por serem dispensados do colégio, e a gente fica em casa, pensando que nossos filhos estão estudando, isso é um absurdo".

Ela está pensando inclusive em acionar o ministério público ou enviar ofício ao Conselho Tutelar pedindo intervenção junto à Secretaria Estadual de Educação (Seed) para a contratação de professores o mais rápido possível.

Em outros colégios estaduais, a situação se repete. Alunos sem aulas ficam no pátio do Centro de Educação Integrada, professor Elizeu Viana ( CEIPEV). A estudante Eliane França, disse que a situação com aula vaga fica muito complicada. "Muitos meninos vão embora e não esperam as aulas seguintes, outros atrapalham as aulas das outras classes, é horrível. No período vespertino já houve briga; com certeza a ociosidade é uma das culpadas", comenta.

A equipe de reportagem do CORREIO DA TARDE, esteve conversando com a coordenadora da XII Diretoria Regional de Educação (DIRED), Magaly Nogueira, que disse reconhecer o problema, e estar fazendo o possível para contratação de estagiários. "Nós sabemos dessas dificuldades, e tivemos a autonomia para contratar 110 estagiários, mas até agora, apenas 55 apareceram aqui na Dired, interessados em lecionar, e então fica complicado", destacou Magaly Nogueira.

De acordo com ela, os estagiários interessados devem comparecer ao setor de protocolo da XII Dired, munidos de toda documentação, onde serão cadastrados.

Ainda segundo informações de Magaly Nogueira, essa situação só vai acabar com a realização do concurso público na área da educação, que está previsto para acontecer ainda nesse segundo semestre. " A secretária de educação Betânea Ramalho, já está ultimando os preparativos para realização de um concurso público, onde já fizemos uma estimativa em toda rede, e o concurso deverá ser com vagas para 3.500 professores, que atuarão em todo o estado", finalizou.

O concurso será nesse segundo semestre, mas os aprovados só estarão fazendo parte dos quadros do estado, no início do ano letivo de 2012.

Nota do blog: Cadê o os procuradores estaduais do TJRN que se mostraram tão "preocupados" com os alunos durante a greve dos professores, será que a falta de professores não prejudica os alunos também?

Fonte Correio da Tarde


Nenhum comentário:

Postar um comentário