Organismos ambientais se unem no desafio de salvar o Rio Mossoró

O Dia Mundial do Meio Ambiente, hoje, e a Semana do Meio Ambiente, de amanhã a sexta-feira (10), são novas oportunidades de reflexão sobre a degradação do rio Mossoró, que estará em debate em audiência pública, amanhã, às 9h30, no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi), com a participação de diversos organismos ambientais.
É o caso do Departamento Nacional de Obras Contra às Secas (Dnocs), Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), Centro de Estudos e Pesquisas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional do Semi-Árido.
Também participarão membros Fórum Permanente do Rio Apodi-Mossoró, Movimento de Defesa do Rio Apodi-Mossoró, Assembleia Legislativa, Câmara Municipal de Mossoró (CMM), Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM), entre segmentos interessados. A audiência pública é promovida pelo mandato do deputado estadual Fernando Mineiro (PT) e promete ser bastante concorrida.
Na ocasião, será apresentado um diagnóstico físico, químico e ambiental do rio e a situação da água e do meio ambiente componente do manancial. "Também haverá relato do que está sendo feito e medidas futuras para preservar essa importante bacia hidrográfica, que é a bacia do rio Apodi-Mossoró", frisa o deputado Mineiro.
A audiência pública também lançará a exposição fotográfica "Imagens e margens de um rio", de autoria de fotógrafos da região, e apresentará o regulamento do concurso "Minuto de Atenção", que premiará os vídeos mais criativos que retratem o Rio Apodi-Mossoró. As imagens devem ser captadas, exclusivamente, por câmeras de celulares.
Segundo a organização, o principal objetivo da audiência é contribuir com a mobilização social e retomada dos movimentos e iniciativas relacionadas com a revitalização do rio Apodi-Mossoró. A expectativa é de que a audiência pública seja um marco na mobilização em favor de ações continuadas e integradas para preservação do manancial. 
 
DEGRADAÇÃO
 
Maior rio totalmente norte-rio-grandense, o Apodi-Mossoró nasce no município de Luís Gomes e corta toda a região da "Tromba do Elefante" até desembocar no oceano Atlântico, no município de Areia Branca. Ao longo do seu curso, sofre agressões, sobretudo, nas áreas urbanas. Em Mossoró, a poluição e o assoreamento comprometem a saúde do manancial.
Ao longo dos anos, o despejo de esgotos sem tratamento e outros danos têm prejudicado a saúde do rio. A resolução do problema é um desafio aos organismos ambientais e políticos, e a audiência pública de amanhã, no Sesi, abordará caminhos para despolui-lo e melhor aproveitar potencial econômico, ambiental, turístico e social.
Visita à foz expõe potencial turístico inexplorado
Em preparação à audiência pública sobre soluções para o rio Mossoró, o movimento "Amigos do Rio" visitará à foz do manancial, hoje à tarde, nos municípios de Grossos e Areia Branca. Participarão autoridades, técnicos e outros segmentos mobilizados para preservação do rio que estimulou o povoamento da região Oeste do RN.
A comitiva viaja de carro de Mossoró a Areia Branca, onde embarca numa balsa para percorrer trechos da desembocadura do rio, conhecendo trechos degradados e iniciativas de preservação, como projetos de reposição de manguezais realizados por salinas existentes na foz. O grupo também analisará o potencial turístico ainda inexplorado.
Segundo Tércio Pereira, da organização da audiência pública de amanhã sobre o rio, a visita complementa a mobilização para o evento, reforçada com palestras em municípios cortados pelo curso de água: quarta-feira (1º), Pau dos Ferros e Luís Gomes; quinta-feira, Apodi; sexta-feira, Areia Branca.