quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Reajuste do piso promete novos duelos entre sindicatos e prefeituras

Criado em 2008 e considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011, o piso nacional do magistério tem sido motivo de duelos calorosos entre os professores e o poder público. Greves para cobrar a implantação do piso se tornaram comum tanto na rede estadual de ensino quanto nas redes municipais em todo o Rio Grande do Norte.
Para esse ano, a expectativa é que novos confrontos entre sindicatos representantes dos professores e o Governo do Estado e as prefeituras aconteçam. A previsão de aumento de 22,22% no teto do piso assusta os gestores públicos.
Segundo os sindicatos que defendem os interesses do professores municipais, o discurso dos prefeitos, por enquanto, é que estão aguardando um pronunciamento do novo ministro da Educação, Aluízio Mercadante, para concederem o reajuste estipulado.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Assú (SINDSEP), Eurian da Nóbrega Leite, disse que o prefeito Ivan Junior prometeu atualizar o piso tão logo o valor fosse definido. "Ele fez essa promessa em dezembro passado e esperamos que a cumpra já a partir deste mês de fevereiro", destacou o sindicalista.
Em Carnaubais, o prefeito Luizinho Cavalcanti está dizendo a mesma coisa, segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Carnaubais (SINDISEC), Francinayre Moura.
Em Areia Branca, uma audiência entre o prefeito "Sousa" e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Areia Branca (SINSPUMAB) está agendada para o dia 25 próximo, logo após o Carnaval.
O SINSPUMAB também representa os professores de Grossos, onde a prefeitura já concedeu um reajuste em 2012, mas abaixo do que está previsto. "A categoria recebeu um acréscimo de 14% agora em janeiro, mas depois do Carnaval vamos tentar negociar o repasse do restante para chegar aos 22%", declarou José Pedro Neto, presidente do SINSPUMAB.
Em Macau e Upanema, a situação já é mais crítica. A coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (SINTE-RN), Antônio Araújo Neto, informou que a Prefeitura de Macau nunca pagou o piso.
Araújo observou que o cenário parecia se mostrar diferente neste ano, mas a prefeitura acabou decepcionando até o momento. "O piso de 2012 já foi votado e aprovado na Câmara dos Vereadores no mês passado, mas a prefeitura não efetuou o pagamento", explicou o sindicalista.
Araújo disse que o prefeito Flávio Veras alega que não tem dinheiro para implantar o piso, "mas tem R$ 3 milhões para gastar no carnaval", rebateu.
Em Upanema, existe uma ameaça de greve que pode impedir o início do ano letivo. Os professores estão insatisfeitos com a prefeita Maristela Freire, que sequer tem recebido a categoria para negociar. "A prefeita marcou uma audiência no mês passado, mas desmarcou as vésperas do encontro em mais uma demonstração de total desrespeito com os professores", lamentou a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Upanema (SINDSERPUP), Josenilda Alves.
Em dezenas de outros municípios do estado o impasse é o mesmo e o desenrolar do ano letivo pode ocorrer com paralisações.

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